Futuros recuperam após 'selloff' em Wall St; tarifas e dados da inflação em foco

Os futuros dos índices de acções dos Estados Unidos subiram, esta quarta-feira, estabilizando após uma sessão tumultuosa, com os investidores a ponderarem as implicações das tarifas do Presidente Donald Trump sobre as importações de metais básicos e também a aguardarem um relatório chave sobre a inflação.

Com as tarifas proteccionistas de 25% de Trump sobre todas as importações de aço e alumínio a entrarem em vigor um mês após terem sido anunciadas, a Comissão Europeia prometeu taxas de retaliação a partir do próximo mês, tornando a UE o mais recente parceiro comercial a entrar em conflito com a administração norte-americana.

Empresas como a Ford F, a General Motors GM, a Howmet HWM e a Honeywell HON, que integram aço e alumínio nas suas cadeias de abastecimento, mantiveram-se estáveis nas negociações pré-abertura.

Os mercados financeiros foram lançados na confusão da estratégia tarifária imprevisível de Trump, com analistas a alertar para uma potencial fuga de capitais de Wall Street. Há muitos receios de que as novas taxas possam alimentar inflação interna e possivelmente precipitar uma recessão.

O Nasdaq IXIC, dominado pelas tecnológicas, entrou em território de correcção na semana passada, enquanto que a referência S&P 500 SPX evitou por pouco confirmar uma queda de 10% face ao seu máximo de Fevereiro na sessão anterior.

A incerteza levou as empresas a reduzir os investimentos e a ajustar as previsões em baixa. A Delta DAL, a Kohl's KSS, e a Walmart WMT estão entre as últimas empresas a anunciar cortes nas previsões.

A Goldman Sachs tornou-se a primeira corretora a baixar o seu objectivo para o final de 2025 para o índice de referência, de 6.500 para 6.200, enquanto que a J.P.Morgan vê um risco de recessão de cerca de 40% contra 30% no início do ano.

Os próximos dados do Índice de Preços ao Consumidor para Fevereiro deverão ser divulgados às 1230 TMG. Os economistas esperam que o relatório indique um arrefecimento da inflação face ao mês anterior. No entanto, também dizem que o impacto das tarifas pode se tornar evidente em futuros lançamentos de dados.

Os futuros das taxas de juro apontam para que a Reserva Federal norte-americana mantenha os custos dos empréstimos inalterados até Junho, na sua reunião da próxima semana. No entanto, os investidores esperam que os sinais de fraqueza económica possam forçar o banco central a realizar pelo menos 75 pontos base de cortes nas taxas até Dezembro.

Entre os principais movimentos, a Intel INTC subiu 8,5% nas negociações pré-abertura, após uma notícia ter indicado que a TSMC 2330 apresentou à Nvidia, à Advanced Micro Devices e à Broadcom a possibilidade de participarem numa empresa comum para operar as fábricas da empresa norte-americana de 'chips'.

A Nvidia NVDA subiu 2,4%, a Advanced Micro Devices AMD somou 1,2% e a Broadcom AVGO ganhou 1,7%.

O Walmart caiu 0,1% após uma reunião com responsáveis chineses e os seus representantes anteriormente nesta semana. A empresa pediu aos fornecedores na China que reduzissem os preços para compensar as tarifas norte-americanas, segundo a imprensa estatal.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, aprovou um projecto de lei provisório para manter as agências federais financiadas além de sexta-feira, dando um fôlego aos mercados.

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